A crescente presença de idosos no ambiente digital, intensificada por programas de inclusão e pela necessidade de conexão durante a pandemia, trouxe à tona um desafio preocupante: a exposição dessa parcela da população a crimes cibernéticos. Embora o acesso à tecnologia represente autonomia e qualidade de vida, também os torna alvos fáceis para fraudadores. No cenário pós-Páscoa, quando muitos se conectam mais para conversar com familiares ou realizar compras, o risco de golpes virtuais aumenta significativamente.
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Segundo especialistas, a falta de familiaridade com ambientes digitais, somada à confiança natural e ao isolamento social de muitos idosos, favorece a ação de golpistas. Por isso, é fundamental adotar medidas preventivas e reforçar a orientação constante.
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A digitalização da terceira idade e seus riscos
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A inclusão digital tem ampliado o acesso da população idosa a serviços, redes sociais e entretenimento online. No entanto, o ingresso nesse universo sem a devida preparação torna esse público vulnerável a práticas como o phishing, fraudes bancárias, invasões de conta, e até golpes com motivações emocionais.
“O isolamento social também é um fator explorado por golpistas, que se passam por instituições ou familiares para ganhar a confiança das vítimas”, alerta Maurício Estewans, analista de sistemas e especialista em segurança cibernética.
Principais golpes que atingem idosos
Diversas modalidades de fraude virtual vêm sendo aplicadas de forma recorrente em idosos, exigindo atenção redobrada de familiares e cuidadores. Entre os mais comuns, destacam-se:
- Phishing: mensagens disfarçadas de bancos, empresas ou órgãos públicos que solicitam informações pessoais, muitas vezes com ameaças ou promessas falsas;
- Falsos técnicos de informática: tentativas de enganar a vítima por telefone ou pop-ups, dizendo que há um vírus no dispositivo e oferecendo “soluções” pagas;
- Golpes do amor: golpistas constroem laços emocionais falsos em redes sociais ou aplicativos de relacionamento e, após ganharem confiança, pedem ajuda financeira;
- Vendas fraudulentas: a vítima realiza uma compra online, mas o produto nunca é entregue, ou é cobrada por serviços inexistentes.
“O uso de perfis falsos e mensagens convincentes torna essas ações muito perigosas, especialmente para quem não está habituado com os mecanismos de segurança online”, comenta Patrick Monteiro, engenheiro da computação.
Dicas para reforçar a proteção digital dos idosos
Para reduzir as chances de que um idoso caia em golpes virtuais, é necessário combinar orientação, tecnologia e vigilância constante. Confira algumas ações práticas:
1. Educação digital contínua
Apresente aos idosos exemplos de fraudes mais comuns. Mostre mensagens falsas e explique que instituições sérias jamais pedem dados sensíveis por e-mail ou WhatsApp. A analogia sugerida por Estewans é eficiente: “links suspeitos são como estranhos batendo na porta de casa”.
2. Senhas fortes e gerenciadores seguros
Evite datas de nascimento ou combinações simples. Prefira frases com palavras significativas e inclua números e símbolos. Para quem tem dificuldade, é válido anotar em um caderno guardado com segurança, em vez de armazenar no computador.
3. Autenticação em duas etapas
Ativar a autenticação de dois fatores (2FA) para contas de e-mail, redes sociais e aplicativos bancários é essencial. Use apps como Authy ou códigos via SMS para simplificar o processo.
4. Instalação de antivírus e bloqueadores
Softwares como Windows Defender, Avast ou McAfee ajudam a detectar e neutralizar ameaças. Adicione extensões como uBlock Origin para bloquear janelas pop-up suspeitas.
5. Controle de informações pessoais
Reveja as configurações de privacidade em redes sociais. Oriente os idosos a nunca compartilharem informações como CPF, endereço ou dados bancários com estranhos.
6. Monitoramento financeiro
Configure alertas por SMS para movimentações bancárias e revise os extratos junto ao idoso. Essa prática permite identificar fraudes rapidamente e evitar maiores prejuízos.
7. Atualizações automáticas
Manter o sistema operacional e aplicativos atualizados corrige vulnerabilidades de segurança. Também é importante remover programas obsoletos e suspeitos.
8. Caso o golpe aconteça
Se o idoso for vítima, mantenha a calma e siga os passos:
- Desconecte o aparelho da internet.
- Altere todas as senhas de contas importantes.
- Registre um boletim de ocorrência online.
- Denuncie em plataformas como Procon, Reclame Aqui ou SaferNet.
WhatsApp é seguro?
Segundo Estewans, o uso do WhatsApp é seguro desde que com precauções. Ele sugere desativar a visualização de status online e “visto por último”, além de bloquear números desconhecidos com comportamento suspeito.
Apoio e paciência no dia a dia digital
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A proteção digital de idosos exige não apenas conhecimento técnico, mas principalmente empatia. “Proteger os idosos no mundo digital requer paciência, educação contínua e o uso de ferramentas adaptadas às suas necessidades. Se possível, busque cursos de inclusão digital, o uso de dispositivos simplificados e a disponibilização de contatos de emergência em locais visíveis”, orienta Estewans.
O apoio constante da família é crucial para que o idoso se sinta seguro e confiante. Com medidas simples e orientação regular, é possível garantir que essa população desfrute dos benefícios da tecnologia com tranquilidade.
Com informações de: Terra