Em um mundo cada vez mais acelerado, a pressão por produtividade e a necessidade de conciliar várias responsabilidades em 24 horas têm provocado um aumento alarmante dos níveis de estresse.
O que antes era uma reação natural do corpo para lidar com situações de perigo, hoje se manifesta como um estado constante que afeta profundamente a saúde física e mental.
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O que é o estresse e por que ele existe
O estresse é um mecanismo ancestral que prepara o organismo para enfrentar ameaças. Diante de uma situação de risco, o corpo libera hormônios como adrenalina e cortisol, que aumentam a atenção, a velocidade de reação e a força muscular.
Esse tipo de estresse pontual pode inclusive melhorar temporariamente as defesas do organismo. Em analogia com o mundo animal, é como uma zebra que precisa fugir de um leão: seu corpo entra em modo de alerta para garantir a sobrevivência.
O risco do estresse crônico: quando o alerta não se desliga
O problema começa quando o estresse deixa de ser eventual e se torna um estado permanente. Situações cotidianas como pressão no trabalho, dificuldades financeiras e problemas de saúde mantêm o organismo em alerta constante, levando ao chamado estresse crônico.
Os mesmos hormônios que ajudam em um momento de perigo, quando liberados constantemente, causam desgastes nos sistemas do corpo. Um dos principais efeitos negativos é a queda da imunidade, o que torna o corpo mais vulnerável a infecções e doenças.
Inflamação invisível: o impacto silencioso do estresse
Outro aspecto preocupante é o aumento da inflamação no organismo.
Segundo especialisas, a inflamação induzida pelo estresse não se limita a um órgão específico, mas afeta o corpo como um todo. Essa resposta inflamatória de baixa intensidade, mas persistente, está ligada ao envelhecimento precoce e ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas.
Consequências do estresse prolongado
Doenças cardiovasculares
O estresse crônico está diretamente associado ao aumento do risco de infarto e AVC. Isso ocorre por conta do aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, além de alterações na coagulação do sangue e nos vasos sanguíneos.
Doenças autoimunes
Por estimular uma resposta inflamatória constante, o estresse pode ser um dos gatilhos para doenças autoimunes como lúcus, artrite reumatoide e esclerose múltipla. Pessoas com esses diagnósticos devem ter ainda mais cuidado com o manejo do estresse.
Problemas do sono
A insônia é um dos primeiros sinais de que algo não vai bem. A dificuldade para relaxar e adormecer, comum em pessoas estressadas, compromete a qualidade do sono e, consequentemente, da vida.
Distúrbios gastrointestinais
Problemas como refluxo, intestino irritável e alterações no hábito intestinal muitas vezes têm origem emocional. O estresse afeta diretamente a função intestinal e está por trás de sintomas persistentes.
Outras condições
Estudos apontam ligações entre estresse crônico e quadros como ansiedade, diabetes tipo 2 e até mesmo câncer, devido ao enfraquecimento do sistema imunológico.
Como combater os efeitos do estresse
Apesar de muitas situações estressantes estarem fora do nosso controle, é possível adotar estratégias para minimizar os impactos do estresse na saúde:
- Atividade física regular: não precisa ser academia; caminhadas já ajudam a reduzir a tensão;
- Cultive relacionamentos saudáveis: manter contato com pessoas queridas ajuda na regulação emocional;
- Hábitos de sono saudáveis: crie uma rotina de descanso e evite estimulantes antes de dormir;
- Alimentação equilibrada: evite ultraprocessados e prefira alimentos naturais e ricos em nutrientes;
- Técnicas de relaxamento: meditação, ioga e mindfulness ajudam a reduzir a ansiedade;
- Psicoterapia: buscar apoio profissional é fundamental para compreender e gerenciar as causas do estresse;
- Organização do tempo: saber priorizar tarefas e aprender a dizer “não” é essencial.
Envelhecimento e estresse: uma relação direta
O estresse não apenas reduz a qualidade de vida, como também acelera o envelhecimento biológico. A busca por uma vida mais leve, com equilíbrio entre responsabilidades e bem-estar, pode ser a chave para uma existência mais longa e saudável.
Com informações de: Folha