Em uma demonstração de como a tecnologia bancária pode ser aliada da proteção ao consumidor, um idoso de 73 anos escapou de um golpe graças à intervenção precisa de seu banco. O caso, ocorrido em Campo Mourão, Paraná, destaca a importância da vigilância digital em tempos de golpes cada vez mais sofisticados.
Leia mais: Golpes bancários em alta: veja os 10 mais comuns
Tentativa de fraude começa com mensagem suspeita
Tudo começou com uma mensagem aparentemente inofensiva no WhatsApp. Um número desconhecido, usando a foto de um parente próximo, contatou o idoso informando que havia trocado de número por conta de um celular quebrado. O tom amigável e informal da conversa convenceu a vítima de que falava, de fato, com um membro da família.
Minutos depois, o golpista passou a relatar um problema financeiro urgente, solicitando uma transferência imediata de dinheiro. A quantia: pouco mais de R$ 2 mil. Sensibilizado, o idoso se prontificou a ajudar, iniciando o processo de transferência por meio do aplicativo do banco.
Tecnologia e monitoramento evitaram o prejuízo
No entanto, o sistema de segurança da instituição financeira identificou uma movimentação atípica na conta do idoso. Como o valor e o destinatário fugiam do padrão usual do cliente, um alerta automático foi gerado. Imediatamente, o banco entrou em contato com o correntista para confirmar a operação.
Ao ser informado da suspeita, o idoso percebeu que poderia estar sendo vítima de um golpe. A transação foi interrompida a tempo, impedindo o envio dos valores. O banco, além de barrar a transferência, orientou o cliente sobre como proceder em casos semelhantes e recomendou o registro da ocorrência junto às autoridades.
Caso reforça necessidade de atenção redobrada
Apesar de comum, o golpe do “falso parente” continua fazendo vítimas em todo o Brasil. Ele se baseia na criação de uma identidade falsa, geralmente com o uso da foto de um familiar da vítima, e apela para urgência financeira com o objetivo de manipular emocionalmente a pessoa.
O caso de Campo Mourão serve como alerta para idosos e seus familiares. Segundo especialistas em segurança digital, é fundamental adotar práticas de verificação antes de realizar qualquer tipo de transação solicitada por aplicativos de mensagem.
Declaração oficial reforça papel do banco na prevenção
A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, em entrevista anterior à Voz do Brasil, destacou a importância da digitalização dos serviços públicos e privados, ressaltando que a integração de dados e alertas pode salvar vidas — e, neste caso, também o patrimônio. Embora ela se referisse ao setor da saúde, o princípio se aplica ao episódio do golpe frustrado: a tecnologia, quando bem empregada, protege o cidadão.
Recomendações para evitar esse tipo de golpe
Autoridades e especialistas sugerem medidas simples, mas eficazes, para prevenir golpes semelhantes:
- Confirme a identidade: sempre que um suposto parente pedir dinheiro via mensagem, ligue para a pessoa por outro número já conhecido.
- Desconfie de urgência: pedidos com senso de pressa costumam ser um indicativo de golpe.
- Evite expor dados pessoais: golpistas utilizam informações públicas em redes sociais para tornar suas abordagens mais convincentes.
- Use sistemas de autenticação do banco: mantenha ativadas todas as camadas de segurança disponíveis no aplicativo bancário.
- Comunique-se com o banco: em qualquer movimentação incomum, entre em contato com a instituição antes de concluir a operação.
Como agir ao identificar uma tentativa de golpe
Se houver suspeita de tentativa de fraude, a orientação é interromper imediatamente a conversa, fazer capturas de tela das mensagens e registrar um boletim de ocorrência. Além disso, é recomendável bloquear o contato e avisar amigos e familiares sobre o número usado para aplicar o golpe.
O banco também deve ser informado o quanto antes, pois pode bloquear movimentações futuras e reforçar o monitoramento da conta.
Atuação conjunta: tecnologia e conscientização
Embora o sistema de alerta do banco tenha sido essencial para evitar o golpe, a conscientização da população ainda é a principal barreira contra fraudes. Famílias devem orientar especialmente os idosos sobre como esses esquemas funcionam e como evitá-los.
Casos como o de Campo Mourão demonstram que a combinação entre vigilância digital e educação sobre segurança pode fazer a diferença entre a proteção e o prejuízo.