Com o avanço da idade, o organismo passa por diversas transformações, e uma das condições mais comuns entre os idosos é a hipertensão arterial. Popularmente conhecida como “pressão alta”, essa condição crônica exige atenção redobrada e cuidados constantes para evitar complicações graves, como doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão figura entre os principais fatores de risco para doenças do coração e complicações circulatórias. No Brasil, dados da pesquisa Vigitel 2023 apontam que 27,9% da população é afetada pelo problema — e entre os idosos, esse índice salta para 60%, conforme levantamento do Ministério da Saúde. Nesse contexto, manter hábitos saudáveis e seguir orientações médicas pode ser determinante para preservar a saúde e a qualidade de vida.
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O impacto do envelhecimento na pressão arterial
Com o passar dos anos, o corpo humano tende a apresentar alterações fisiológicas que afetam diretamente o sistema circulatório. A rigidez dos vasos sanguíneos aumenta, a elasticidade arterial diminui e o risco de acúmulo de placas de gordura nas artérias se torna mais elevado. Tudo isso contribui para o aumento da pressão arterial.
Além disso, fatores como sedentarismo, dieta rica em sódio e gorduras, excesso de peso e até mesmo o estresse emocional podem agravar a situação. Por isso, para os idosos, é fundamental manter um acompanhamento médico regular, a fim de detectar alterações precocemente e adotar estratégias adequadas de controle.
Adotar um estilo de vida saudável é essencial
De acordo com o geriatra Vitor Hugo de Oliveira, CEO da rede de cuidadores Acuidar, viver com hipertensão é possível desde que haja disciplina e acompanhamento profissional. “Manter hábitos saudáveis e um acompanhamento médico contínuo faz toda a diferença na qualidade de vida. Pequenas mudanças no dia a dia, como alimentação equilibrada e prática de exercícios, ajudam significativamente no controle da pressão arterial”, afirma o especialista.
Confira, a seguir, algumas orientações práticas que ajudam os idosos a lidar melhor com a hipertensão:
Nutrição equilibrada: a base da saúde cardiovascular
A alimentação é uma aliada importante no combate à pressão alta. Reduzir o consumo de sal é o primeiro passo, já que o sódio contribui diretamente para a retenção de líquidos e o aumento da pressão. É recomendável evitar produtos industrializados, embutidos e enlatados, substituindo-os por refeições mais naturais e frescas.
Frutas, verduras, legumes, grãos integrais e gorduras saudáveis — como as presentes no azeite de oliva, nozes e abacate — devem compor o cardápio diário. Além disso, alimentos ricos em potássio, como banana, feijão, batata e espinafre, ajudam a neutralizar os efeitos do sódio no organismo.
Exercícios físicos: corpo ativo, coração fortalecido
Manter o corpo em movimento é uma medida eficaz para controlar a pressão arterial. Atividades como caminhadas leves, alongamentos, hidroginástica ou dança podem ser adaptadas à realidade dos idosos, sempre com orientação profissional. A prática frequente de exercícios melhora a circulação sanguínea, fortalece o coração e reduz o risco de outras doenças crônicas.
“O corpo foi feito para se movimentar. Para quem tem hipertensão, manter uma rotina ativa ajuda a fortalecer o coração e a manter a pressão mais equilibrada”, ressalta o geriatra Vitor Hugo.
Consultas regulares garantem o monitoramento adequado
A rotina de cuidados com a hipertensão deve incluir visitas periódicas ao médico. Com o acompanhamento adequado, é possível ajustar o tratamento conforme necessário e prevenir complicações. Exames laboratoriais e de imagem também ajudam a verificar níveis de colesterol, glicemia e função renal, que estão diretamente relacionados à saúde cardiovascular.
O controle medicamentoso, quando prescrito, deve ser seguido corretamente, sem interrupções ou alterações por conta própria. A automedicação ou o abandono do tratamento pode colocar a vida do paciente em risco.
Gerenciar o estresse é parte do tratamento
O estado emocional afeta diretamente a pressão arterial. Situações de estresse prolongado podem desencadear picos de pressão, além de influenciar negativamente na resposta ao tratamento. Por isso, técnicas de relaxamento, como meditação, respiração consciente, leitura ou convívio com familiares e amigos, devem ser incentivadas.
“O emocional reflete diretamente na pressão arterial. Praticar momentos de relaxamento e evitar a sobrecarga emocional são passos importantes para quem busca um controle mais eficaz da hipertensão”, orienta o médico.
Hidratação e descanso: dois pilares fundamentais
Beber água ao longo do dia ajuda a manter o organismo em equilíbrio, favorecendo a circulação sanguínea e o bom funcionamento dos rins. A desidratação, por outro lado, pode causar variações nos níveis de pressão, prejudicando o controle da doença.
Outro fator decisivo é o sono. Dormir bem permite que o corpo execute funções reparadoras essenciais, entre elas a regulação da pressão arterial. A falta de sono pode elevar os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e impactar diretamente a saúde do coração.
Considerações finais
A hipertensão em idosos é uma condição séria, mas pode ser controlada com hábitos saudáveis, atenção às necessidades do corpo e acompanhamento médico adequado. Alimentação balanceada, exercícios regulares, controle emocional, sono de qualidade e hidratação formam um conjunto poderoso na prevenção de complicações.
A educação em saúde é essencial para que idosos e familiares compreendam a importância do autocuidado. Com pequenas mudanças na rotina, é possível conviver bem com a hipertensão e preservar a qualidade de vida na terceira idade.
Com informações de: Terra