A temporada de entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF) 2025 já está oficialmente aberta. Os contribuintes brasileiros têm até às 23h59 do dia 31 de maio para prestar contas ao Leão.
Embora o processo de declaração tenha evoluído e conte com versões digitais, o preenchimento ainda exige atenção total aos detalhes. Pequenos erros ou omissões podem colocar o contribuinte na temida malha fina da Receita Federal, atrasando restituições e gerando dores de cabeça desnecessárias.
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Mais de 1 milhão de brasileiros caíram na malha fina em 2024
De acordo com dados da Receita Federal, em 2024 mais de 1,4 milhão de declarações caíram na malha fiscal. Surpreendentemente, mais de 70% dos casos envolviam contribuintes que aguardavam por restituições.
Com base nesses dados, a Receita também divulgou os principais erros que resultaram em retenção. Evitar esses equívocos é fundamental para garantir uma declaração tranquila e sem complicações.
Os 5 principais erros que levam à malha fina no IR 2025
1. Despesas médicas com erros ou falsas
As despesas médicas estão entre as deduções mais fiscalizadas pela Receita. Muitos contribuintes erram ao:
Declarar valores divergentes dos recibos
É comum que os valores informados pelo contribuinte não batam com o que o médico ou clínica declarou.
Informar despesas inexistentes
Declarar procedimentos que nunca foram realizados ou recibos que não existem é uma das principais causas de retenção. Além de cair na malha fina, pode configurar fraude.
Como evitar:
- Solicite recibos detalhados com CPF/CNPJ do prestador;
- Confira se o profissional ou clínica prestou informação igual à Receita;
- Nunca declare gastos que não existiram.
2. Omissão de rendimentos dos titulares e dependentes
O erro mais comum entre quem declara IR: esquecer de informar algum rendimento, mesmo que pequeno.
O que é considerado rendimento?
- Salários;
- Aluguéis;
- Rendimentos de aplicações financeiras;
- Pensões;
- Rendimentos de dependentes.
Como evitar:
- Junte todos os informes de rendimentos recebidos;
- Verifique se os dependentes tiveram movimentação financeira e informe corretamente;
- Use a declaração pré-preenchida, quando disponível.
3. Erro nos valores de Imposto Retido na Fonte (IRRF)
A diferença entre os valores de IRRF informados pela fonte pagadora e os declarados pelo contribuinte é outra armadilha comum.
Como evitar:
- Utilize os informes oficiais enviados pela empresa ou fonte pagadora;
- Jamais chute os valores de IR retido;
- Confira se o CNPJ da fonte está correto.
4. Erro nas deduções de incentivo fiscal
A Receita permite a dedução de doações para fundos de criança, adolescente, idoso, cultura, esporte e projetos via Lei Rouanet. Mas é preciso:
Declarar corretamente a instituição
O CNPJ e a natureza da instituição devem ser compatíveis com as regras fiscais.
Atenção aos limites de dedução
As doações dedutíveis não podem ultrapassar 6% do imposto devido.
5. Inconsistência entre IR de anos anteriores e carnê-leão
Quem teve rendimentos de autônomo ou aluguel precisa pagar o IR mensal via carnê-leão. Quando o valor pago não bate com o declarado, o sistema alerta.
Como evitar:
- Verifique seu histórico no portal e-CAC;
- Regularize pagamentos em atraso com DARF;
- Use o programa do carnê-leão para cálculo correto.
Como evitar erros e declarar o IR com tranquilidade
Utilize a declaração pré-preenchida
A versão pré-preenchida é uma das melhores formas de evitar erros, pois traz dados fornecidos por empresas, bancos e profissionais da saúde diretamente para o sistema.
Atualize seu cadastro no gov.br
Para acessar a declaração pré-preenchida é preciso ter conta gov.br de nível prata ou ouro.
Use o programa oficial da Receita Federal
O software está disponível para Windows, macOS, Linux e também via celular, pelo app Meu Imposto de Renda.
Verifique os dados antes de enviar
- Confira se todos os rendimentos foram informados;
- Cheque todas as deduções;
- Revise dados pessoais, como CPF, banco e dependentes.
Guia gratuito do Imposto de Renda 2025: passo a passo atualizado
O portal Seu Dinheiro, em parceria com a Empiricus, lançou um guia completo para te ajudar na declaração.
Conteúdo do guia:
- Como baixar e usar o programa do IR;
- O que mudou nas regras de 2025;
- Dicas para autônomos e quem vendeu imóveis;
- Exemplos de como declarar cada tipo de rendimento.
Assinado pela jornalista Julia Wiltgen, especialista no tema, o material ajuda a evitar armadilhas e traz soluções para problemas comuns.
Consequências de cair na malha fina
- Atraso ou bloqueio da restituição;
- Exigência de apresentação de documentos;
- Risco de multa por omissão ou fraudes;
- Complicações para obter crédito e financiamento.
Considerações Finais
Cair na malha fina é algo que pode ser evitado com organização, conferência e uso das ferramentas corretas. Este é um momento de atenção, mas também de oportunidade para acertar as contas com o fisco e garantir sua restituição sem complicações.