Um simples clique e o sonho de ter um carro se tornou um pesadelo para um idoso que acreditou em um anúncio nas redes sociais. Com a promessa de um veículo acessível e condições facilitadas, ele foi vítima de um golpe que lhe custou quase R$ 5 mil. O caso levanta o alerta sobre o aumento das fraudes virtuais e a importância da verificação de informações antes de realizar pagamentos online.
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Oferta tentadora esconde armadilha virtual
A história teve início com uma proposta atrativa: um carro com entrada de R$ 4.997 e financiamento em 60 parcelas de R$ 1.300. A oferta, divulgada em uma rede social, chamou a atenção do idoso, que, acreditando na veracidade do anúncio, fez contato com o suposto vendedor.
Durante a negociação, o golpista apresentou-se de forma convincente, alegando representar uma empresa com sede em Brasília. Com discursos persuasivos e documentos que aparentavam ser oficiais, conseguiu convencer a vítima a realizar o pagamento da entrada para garantir a “reserva” do veículo.
Idoso perde o contato após pagamento
Logo após efetuar o pagamento do valor inicial via boleto, o idoso aguardava as instruções para retirada ou entrega do automóvel. No entanto, o que veio a seguir foi o silêncio. O vendedor interrompeu toda forma de comunicação e desapareceu, deixando a vítima sem respostas e sem o carro prometido.
Com os comprovantes da transação em mãos e sem retorno do suposto vendedor, o homem procurou a delegacia. O caso foi registrado como estelionato e está sendo investigado pela polícia.
Golpes do tipo se multiplicam na internet
Este tipo de golpe tem se tornado cada vez mais comum. A facilidade de criação de perfis falsos e a disseminação rápida de anúncios nas redes sociais contribuem para que os estelionatários encontrem vítimas em potencial diariamente. Em muitos casos, os golpistas utilizam imagens reais de veículos retiradas de sites confiáveis, o que torna a fraude ainda mais difícil de identificar à primeira vista.
A falsa sensação de segurança ao lidar com propostas online, principalmente quando associadas a empresas supostamente consolidadas, tem levado muitas pessoas a cair em armadilhas semelhantes.
O que diz a legislação brasileira sobre estelionato
O crime de estelionato está previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro. Ele é caracterizado pela obtenção de vantagem ilícita em prejuízo alheio, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
A pena pode chegar a cinco anos de reclusão, além de multa. Quando a vítima é uma pessoa idosa, a pena pode ser aumentada, conforme previsto no Estatuto do Idoso.
Associação de consumidores alerta para cuidados
Órgãos de defesa do consumidor recomendam redobrada atenção em compras virtuais, especialmente de veículos. Segundo especialistas, é essencial desconfiar de ofertas muito abaixo do preço de mercado, verificar a existência da empresa, exigir contratos assinados e preferir pagamentos presenciais, quando possível.
Além disso, buscar informações sobre o CNPJ, endereço físico e histórico da empresa pode ajudar a evitar prejuízos. No caso de negociações online, usar plataformas intermediadoras confiáveis é uma boa prática para reduzir os riscos.
Perícia digital pode ajudar na investigação
Com o crescimento das fraudes digitais, a perícia cibernética tem se tornado uma aliada importante das autoridades. Técnicas de rastreamento de IP, análise de contas bancárias utilizadas para o golpe e investigação de redes sociais são recursos utilizados para localizar os responsáveis.
Entretanto, mesmo com os avanços tecnológicos, a recuperação dos valores perdidos nem sempre é possível, especialmente quando os criminosos operam por meio de laranjas ou em contas temporárias.
“Por trás de um perfil online pode haver um golpista”
A frase acima resume a principal lição deixada por esse tipo de golpe. A facilidade com que qualquer pessoa pode criar anúncios e se passar por uma empresa torna a internet um terreno fértil para o crime. Por isso, manter a cautela é essencial em todas as interações virtuais, especialmente quando envolvem dinheiro.
O caso do idoso enganado por um falso anúncio de carro evidencia a necessidade de reforçar a educação digital e a prevenção de fraudes. Antes de qualquer transação online, especialmente envolvendo valores elevados, o consumidor deve:
- Verificar a autenticidade da empresa e da oferta;
- Evitar transferências bancárias para pessoas físicas;
- Desconfiar de condições muito vantajosas;
- Preferir canais de compra oficiais e autorizados;
- Denunciar perfis e anúncios suspeitos.
A atuação das autoridades é fundamental, mas a prevenção continua sendo a melhor defesa contra os golpistas que atuam nas redes.