As regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) mudaram e, com elas, milhares de beneficiários precisam redobrar a atenção para não perder o pagamento. As alterações valem desde o fim de 2024, mas agora em abril começaram a afetar diretamente quem recebe ou deseja solicitar o auxílio. As mudanças envolvem desde o cálculo da renda familiar até exigências mais rígidas no Cadastro Único e o uso obrigatório da biometria. Se você é idoso com 65 anos ou mais, ou uma pessoa com deficiência que depende do benefício, esse conteúdo é essencial pra você.
O que é o BPC e quem tem direito a receber?
O Benefício de Prestação Continuada é um amparo financeiro garantido por lei, voltado para brasileiros em situação de vulnerabilidade econômica. Ele atende dois grupos principais: idosos a partir dos 65 anos e pessoas com deficiência de qualquer idade, desde que provem não ter meios de se sustentar nem de contar com apoio da família.
Para as pessoas com deficiência, é necessário que a condição exista há pelo menos dois anos. Além disso, o laudo médico precisa mostrar que a limitação afeta a capacidade de trabalhar ou realizar atividades do dia a dia.
Um ponto importante: não é necessário ter contribuído para o INSS para solicitar o BPC, pois esse benefício é assistencial, não previdenciário.
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Passo a passo para garantir o BPC em 2025 sem complicação
Para pedir o BPC, é preciso estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). A inscrição pode ser feita gratuitamente em postos de atendimento da assistência social do município, pelo telefone 135 ou ainda pelo app e site do Meu INSS.
O que mudou nas regras do BPC em abril?
As novas normas visam tornar a concessão e o acompanhamento do BPC mais seguros, justos e livres de fraudes. A seguir, veja os principais pontos alterados que passaram a valer oficialmente.
Atualização obrigatória do CadÚnico a cada dois anos
Quem recebe o BPC agora precisa, obrigatoriamente, atualizar as informações no Cadastro Único a cada dois anos. Caso contrário, o benefício pode ser interrompido até que os dados sejam regularizados.
Esse processo é importante porque o governo faz cruzamentos mensais com outras bases de dados para verificar se o beneficiário continua atendendo aos critérios exigidos.
Biometria passa a ser exigência
Outra grande mudança é a obrigatoriedade da identificação biométrica. O objetivo é garantir que o pagamento vá realmente para a pessoa certa e reduzir o número de fraudes.
Tanto o beneficiário quanto um eventual representante legal devem estar com os dados biométricos atualizados. Essa exigência vale para novos pedidos e também para quem já está no programa.
Renda familiar: novo critério de cálculo
O cálculo da renda familiar per capita também mudou. Agora, se o cônjuge da pessoa mora em outro endereço, sua renda não entra mais na conta. Além disso, se alguém da família já for beneficiário do BPC, o valor que essa pessoa recebe não será incluído na soma da renda da casa.
Essas alterações tornam o processo mais justo, especialmente para famílias que vivem separadas, mas eram prejudicadas por regras mais rígidas.
Como funciona a análise para receber o BPC?
Para ter acesso ao benefício, o processo de avaliação é dividido em duas etapas: perícia médica e avaliação social. Ambas são conduzidas por profissionais do INSS.
Perícia médica: o que é avaliado?
Na perícia médica, o objetivo é verificar se a pessoa realmente possui limitações físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais que comprometem sua capacidade de trabalhar ou de viver de forma autônoma. Doenças como Alzheimer, câncer em estágio avançado, epilepsia severa ou condições neurológicas são frequentemente observadas, mas não existe uma lista fixa. Tudo depende do laudo e da realidade do paciente.
Avaliação social: o ambiente conta muito
A análise social é igualmente relevante e considera fatores como condições de moradia, acesso a serviços básicos, apoio familiar e renda. Muitas vezes, a combinação entre o quadro clínico e a realidade social da pessoa é o que define o direito ao BPC.
Por isso, mesmo quem tem diagnóstico de uma doença grave pode não receber o benefício se for constatado que possui condições financeiras razoáveis ou uma rede de apoio familiar sólida.
Quantas pessoas recebem o BPC hoje?
Atualmente, mais de 6 milhões de brasileiros dependem do Benefício de Prestação Continuada. Em muitos casos, esse é o único dinheiro que entra em casa. Por isso, qualquer mudança nas regras gera preocupação e, claro, a necessidade de estar bem informado para não ser pego de surpresa.
Posso perder o BPC? O que causa suspensão?
Sim, o benefício pode ser suspenso em algumas situações. Veja os principais motivos:
- Cadastro desatualizado no CadÚnico
- Falta da biometria exigida
- Mudança na renda familiar que ultrapasse o limite permitido
- Descumprimento de exigências nas revisões periódicas do INSS
Se o benefício for suspenso, a pessoa pode regularizar a situação e solicitar a reativação, mas isso pode levar semanas ou até meses. O ideal é evitar a interrupção mantendo tudo em dia.
Como manter o BPC ativo sem riscos?
Aqui vai um checklist pra você garantir que o benefício continue sendo pago normalmente:
🔹 Mantenha o CadÚnico sempre atualizado (no máximo a cada 2 anos)
🔹 Fique atento a convocações do INSS para revisão
🔹 Regularize imediatamente qualquer pendência que apareça
🔹 Atualize dados pessoais e familiares, inclusive endereço e renda
🔹 Faça o registro biométrico, se ainda não tiver feito
Conclusão: informação é sua melhor aliada
O BPC é um direito importante para milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade. Com as novas regras em vigor, estar bem informado e manter seus dados atualizados pode ser a diferença entre continuar recebendo o benefício ou ter o pagamento suspenso.
As mudanças visam tornar o processo mais justo e seguro, mas exigem atenção redobrada de quem depende desse auxílio. Se você, um familiar ou alguém que você conhece está nessa situação, compartilhe essas informações e ajude a manter o direito de quem mais precisa!
Imagem: Freepik/Canva