A inflação tem sido uma das principais preocupações da população brasileira nos últimos meses. Um levantamento recente realizado pelo Datafolha revela que 58% dos brasileiros reduziram a compra de alimentos básicos devido ao aumento dos preços. Essa mudança é mais acentuada entre as classes de renda mais baixa, com 67% das pessoas mais pobres declarando que compram menos alimentos do que antes. O impacto nos hábitos de consumo é visível, refletindo a pressão econômica que atinge a vida de milhões de brasileiros.
Com a alta dos preços, a pesquisa também revela que os brasileiros têm alterado seus comportamentos de consumo, afetando não apenas a alimentação, mas diversos aspectos da rotina. Mudanças como a redução do consumo de bebidas e a diminuição da compra de remédios são apenas algumas das estratégias adotadas para lidar com a inflação. O levantamento, realizado entre os dias 1º e 3 de abril de 2025, ouviu 3.054 pessoas em 172 municípios e oferece uma visão clara das dificuldades enfrentadas pela população.
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A dura realidade dos cortes alimentares
O principal reflexo da inflação no Brasil tem sido o corte na compra de alimentos essenciais. A pesquisa revelou que, ao tentar equilibrar o orçamento familiar, muitos brasileiros estão sacrificando itens fundamentais na alimentação diária. De acordo com o Datafolha, 58% da população tem comprado menos alimentos básicos do que costumavam adquirir. No caso dos mais pobres, esse número é ainda mais alarmante, chegando a 67%.
A pesquisa também apontou que um quarto da população brasileira se encontra em uma situação alarmante, com menos comida do que o necessário em casa. Para 60% dos entrevistados, a quantidade de alimentos é suficiente, enquanto 13% afirmam ter mais do que o necessário.
Alterações nos hábitos de consumo
A pesquisa revelou que a alta dos preços afetou diretamente os hábitos dos brasileiros. As mudanças de comportamento são variadas e refletem a necessidade de adaptação às novas condições econômicas. Entre as principais estratégias adotadas pelos brasileiros, destaca-se a redução de saídas para comer fora de casa, com 61% das pessoas afirmando ter diminuído esses gastos. A troca de marcas de produtos, como o café, também foi uma estratégia comum, com 50% dos entrevistados optando por marcas mais baratas. Além disso, 50% das pessoas relataram a redução no consumo de água, gás e luz, enquanto 49% afirmaram diminuir o consumo de bebidas e 36% passaram a comprar menos remédios.
Essas mudanças não se limitam a pequenos ajustes no orçamento familiar, mas sim a uma adaptação generalizada ao cenário inflacionário, que exige escolhas mais conscientes e, em muitos casos, sacrifícios.
O impacto da inflação e a responsabilidade do governo
A pesquisa também trouxe à tona a avaliação da população sobre o governo e a responsabilidade pela inflação. Para 54% dos entrevistados, a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem “muita responsabilidade” pela alta dos preços dos alimentos nos últimos meses. Já 29% atribuem uma “parte” da culpa ao governo, enquanto 14% afirmam que o Planalto não tem nenhuma responsabilidade na situação econômica atual.
Esses números refletem o grau de insatisfação de parte da população em relação ao impacto da inflação no cotidiano das famílias. Apesar de as causas da alta dos preços serem multifacetadas, o governo federal tem sido apontado como um dos principais responsáveis pela situação.
Os dados da pesquisa e a metodologia
A pesquisa realizada pelo Datafolha foi conduzida entre os dias 1º e 3 de abril de 2025 e ouviu 3.054 pessoas em 172 municípios de todo o Brasil. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Embora os resultados mostrem uma continuidade no impacto da inflação desde a última pesquisa realizada em março de 2023, o estudo revela uma persistência das dificuldades enfrentadas pela população em relação ao aumento dos preços dos alimentos.
Mudanças econômicas no Brasil: o reflexo da inflação no consumo
A inflação tem causado um impacto profundo na economia brasileira, afetando diretamente os hábitos de consumo e a qualidade de vida da população. A pesquisa do Datafolha é apenas uma das evidências de como o aumento dos preços tem forçado os brasileiros a repensarem suas escolhas diárias. As mudanças nos padrões de consumo de alimentos, remédios e serviços essenciais são reflexos de um cenário econômico desafiador.
O Brasil, assim como outros países da América Latina, tem experimentado altos índices de inflação, que têm gerado um aumento significativo nos preços de produtos básicos. Para muitos brasileiros, a inflação não é apenas uma questão econômica, mas uma realidade cotidiana, que exige decisões difíceis e sacrifícios.
Estratégias adotadas pela população para lidar com a inflação
As mudanças no consumo revelam uma adaptação forçada às novas condições econômicas. Entre as estratégias mais comuns estão os cortes em atividades de lazer, como ir a restaurantes, a troca por marcas mais baratas e a redução do consumo de itens essenciais como medicamentos e energia. Essas escolhas são respostas diretas à necessidade de equilibrar os gastos em um cenário de inflação crescente.
Enquanto isso, a falta de alimentos básicos nas casas de muitas famílias mostra o impacto real da crise. A escassez de comida tem levado uma parte significativa da população a buscar soluções alternativas para garantir o sustento diário.
O que esperar do futuro econômico do Brasil?
O cenário inflacionário que afeta as famílias brasileiras parece longe de ser resolvido a curto prazo. A alta dos preços, especialmente dos alimentos, continua a ser um dos principais desafios enfrentados pela população.
A pesquisa do Datafolha evidencia a gravidade da situação, destacando a necessidade de políticas públicas mais eficazes para conter a inflação e mitigar seus efeitos sobre os mais vulneráveis.
Com informações de: CNN Brasil