Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sentirão no bolso os impactos do novo reajuste no teto de juros do crédito consignado. O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) definiu que a taxa máxima cobrada pelos bancos subirá para 1,85% ao mês, o que encarece os empréstimos. Essa mudança ocorre apenas três meses após a última alta, e especialistas alertam que o custo total das operações financeiras pode aumentar significativamente para os beneficiários.
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Diante desse cenário, é essencial que os aposentados analisem bem as condições antes de contratar um novo empréstimo. O aumento das taxas influencia diretamente o valor total pago ao longo do tempo, tornando fundamental entender como essa mudança pode afetar o orçamento dos beneficiários.
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Entenda o reajuste no crédito consignado
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A decisão de elevar o teto de juros foi tomada em reunião do CNPS, realizada no dia 25 de março. Com a mudança, o limite máximo passou de 1,80% para 1,85% ao mês, afetando diretamente os contratos de empréstimos consignados, modalidade que permite o desconto das parcelas diretamente na folha de pagamento dos beneficiários do INSS.
Essa é a segunda elevação no período de três meses. Em janeiro, a taxa já havia subido de 1,66% para 1,80% ao mês. O objetivo do reajuste, segundo o governo, é acompanhar os custos operacionais dos bancos e a inflação, garantindo a continuidade da oferta de crédito para aposentados e pensionistas.
Impacto no bolso dos aposentados
O novo teto de juros reflete diretamente no valor final pago pelos segurados. De acordo com uma simulação feita pelo especialista financeiro Eduardo Josef Wigman, um aposentado que contrata um empréstimo de R$ 15 mil e parcela em 96 vezes pagará cerca de R$ 576 a mais no total do contrato.
Veja abaixo a comparação entre o custo antigo e o novo:
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Valor do Empréstimo | Parcelas | Juros Antigo (1,80% a.m.) | Total Pago | Juros Novo (1,85% a.m.) | Total Pago | Aumento |
---|---|---|---|---|---|---|
R$ 1.000 | 96 | 1,80% | R$ 2.112 | 1,85% | R$ 2.208 | R$ 96 |
R$ 5.000 | 96 | 1,80% | R$ 10.560 | 1,85% | R$ 10.752 | R$ 192 |
R$ 10.000 | 96 | 1,80% | R$ 21.120 | 1,85% | R$ 21.504 | R$ 384 |
R$ 15.000 | 96 | 1,80% | R$ 31.680 | 1,85% | R$ 32.256 | R$ 576 |
Com esse reajuste, os aposentados que dependem do crédito consignado precisarão planejar melhor suas finanças para evitar endividamento excessivo.
Bancos pressionam por juros ainda maiores
As instituições financeiras não ficaram satisfeitas com o novo limite imposto pelo governo. Os bancos chegaram a solicitar que o teto de juros subisse para 1,99% ao mês, alegando que os custos de captação de recursos no mercado aumentaram e que a margem de lucro do consignado está baixa.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) destacou que a nova taxa não considera o aumento da Selic para 14,25% ao ano e a Taxa DI futuro de dois anos, que atingiu 15,03%. Essas taxas refletem as expectativas do mercado para os juros nos próximos meses e podem impactar a concessão de crédito no país.
Em nota, a Febraban alertou que a manutenção de juros baixos pode fazer com que algumas instituições reduzam a oferta de crédito consignado para grupos mais vulneráveis, como beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) e aposentados por invalidez.
Reações e impactos sociais
O aumento dos juros gerou reações divergentes entre especialistas e representantes dos aposentados. Tonia Galleti, coordenadora jurídica do Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos (Sindnapi), contesta o argumento dos bancos. Segundo ela, não houve redução na oferta de empréstimos consignados, e os dados indicam estabilidade ou até crescimento na concessão de crédito para aposentados.
Já o presidente do Sindnapi, Milton Cavalo, afirmou que o CNPS agiu com coerência ao aprovar um aumento moderado, evitando comprometer a oferta de crédito consignado no mercado. No entanto, ele criticou o atual patamar da Selic, argumentando que juros elevados prejudicam a economia e dificultam o acesso dos aposentados ao crédito com condições mais acessíveis.
Cuidados ao contratar um empréstimo consignado
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Diante do aumento das taxas de juros, é essencial que aposentados e pensionistas fiquem atentos antes de contratar um empréstimo consignado. Algumas dicas importantes incluem:
- Comparar as taxas de diferentes bancos: nem todas as instituições cobram o teto máximo permitido;
- Verificar o Custo Efetivo Total (CET): além dos juros, há encargos adicionais que impactam o valor final;
- Evitar o endividamento excessivo: o ideal é comprometer no máximo 30% da renda com parcelas de crédito;
- Entender todas as condições do contrato: prazos, valores das parcelas e possíveis taxas extras devem estar claros antes da assinatura.
Com informações de: EXTRA