A partir de 2025, o Brasil retoma a cobrança do seguro obrigatório para vítimas de acidentes de trânsito, mas agora com o nome de SPVAT (Seguro de Proteção às Vítimas de Acidentes de Trânsito).
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Essa mudança visa proporcionar maior apoio às vítimas e financiar o Sistema Único de Saúde (SUS), que frequentemente acolhe as pessoas afetadas por acidentes rodoviários. No entanto, a implementação da nova cobrança está gerando controvérsias, com estados que se dividem quanto à aceitação da medida.
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O que é o SPVAT?
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O SPVAT substitui o antigo DPVAT, que foi extinto em 2020. Sua principal função é oferecer proteção financeira às vítimas de acidentes de trânsito, com cobertura de indenizações em casos de morte ou invalidez, além de custear despesas médicas no SUS. Parte dos recursos arrecadados será destinada ao financiamento de tratamentos e serviços de saúde para aqueles que dependem da rede pública.
A proposta de reintroduzir o seguro obrigatório busca ampliar a assistência a quem sofre consequências dos acidentes e aliviar o sistema de saúde pública, além de oferecer suporte às famílias afetadas por esses eventos. No entanto, o retorno do SPVAT não ocorre sem desafios e divergências entre os estados.
Estados que Confirmaram a Cobrança do SPVAT
A decisão de aderir ao SPVAT já foi tomada por alguns estados brasileiros, que veem o seguro como uma medida essencial para garantir apoio às vítimas de acidentes e reforçar o sistema de saúde. Esses estados são:
1. Bahia (BA)
O governo baiano confirmou a adesão ao SPVAT, destacando a importância do seguro para proteger a população de acidentes e garantir o funcionamento eficiente do SUS.
2. Espírito Santo (ES)
O Espírito Santo optou por manter o seguro, com a justificativa de que a medida proporcionará mais segurança jurídica para as vítimas e ajudará a fortalecer o sistema de saúde pública no estado.
3. Maranhão (MA)
Em decisão recente, o Maranhão anunciou sua adesão ao SPVAT, destacando os benefícios sociais que a medida trará para as vítimas de acidentes e a sustentabilidade do SUS.
4. Paraíba (PB)
A Paraíba também aderiu ao seguro, ressaltando a importância de garantir apoio às vítimas de acidentes e melhorar a infraestrutura da saúde pública no estado.
5. Sergipe (SE)
Sergipe segue a linha de outros estados e implementará o SPVAT, visando aumentar o suporte à saúde e oferecer melhores condições de atendimento às vítimas de acidentes rodoviários.
Esses estados acreditam que o SPVAT será uma ferramenta importante não só para garantir indenizações, mas também para financiar os tratamentos médicos necessários para as vítimas de trânsito. A uniformidade na implementação do seguro pode trazer mais eficácia e justiça social no atendimento a esses cidadãos.
Estados que Decidiram Não Cobrar o SPVAT
Por outro lado, algumas unidades federativas decidiram não adotar o SPVAT, citando principalmente preocupações econômicas e políticas. Esses estados argumentam que a cobrança do seguro aumentaria a carga tributária, um fator que já é motivo de desgaste com a população e os contribuintes.
1. São Paulo (SP)
São Paulo optou por não aderir ao SPVAT, apontando que a cobrança poderia sobrecarregar ainda mais os cidadãos em um contexto de alta carga tributária.
2. Goiás (GO)
Goiás segue a mesma linha de raciocínio, temendo que a medida represente um aumento de custos para os motoristas e uma gestão de recursos ineficiente.
3. Paraná (PR)
O Paraná também decidiu não cobrar o seguro, alegando que o modelo de gestão do DPVAT deixou legados negativos que precisam ser superados antes de se pensar em reintroduzir a medida.
4. Santa Catarina (SC)
Santa Catarina, assim como os estados anteriores, expressou preocupação com a eficiência da gestão do seguro e questiona a necessidade de um novo imposto.
5. Distrito Federal (DF)
No Distrito Federal, a decisão de não aderir ao SPVAT foi motivada por uma análise crítica sobre o impacto econômico da cobrança, considerando o orçamento local e os custos para os motoristas.
Esses estados manifestam receios sobre a viabilidade do modelo de cobrança e os possíveis problemas administrativos, baseando-se em falhas observadas no antigo sistema do DPVAT, que frequentemente era alvo de denúncias de fraudes e má gestão.
Estados Indecisos: O Que Está em Aberto?
Além dos estados que já se posicionaram a favor ou contra, há uma quantidade significativa de unidades federativas ainda em processo de decisão sobre o SPVAT. Entre elas, destacam-se:
- Acre;
- Amazonas;
- Ceará.
Esses estados ainda estão avaliando os prós e contras da medida, considerando tanto os benefícios sociais quanto os custos econômicos envolvidos. A indecisão reflete o cenário político e econômico complexo de cada região, o que tem levado as autoridades locais a adiar uma definição sobre a implementação do seguro.
A falta de uma posição clara pode resultar em um sistema fragmentado de proteção às vítimas de acidentes de trânsito, o que pode prejudicar a eficácia do SPVAT e gerar desigualdades no atendimento e no suporte financeiro entre as diferentes regiões do Brasil.
Regulamentação do SPVAT: O Papel do CNSP
A regulamentação do SPVAT está sendo realizada pela Lei Complementar n° 207, que estabelece as diretrizes para sua implementação e funcionamento. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por supervisionar a definição dos valores das indenizações e das contribuições dos cidadãos.
O CNSP também busca garantir que a cobrança seja justa, equilibrando a necessidade de arrecadação para o SUS com a capacidade de pagamento dos motoristas. A implementação eficaz do SPVAT dependerá da capacidade de gestão dos recursos arrecadados e do controle da transparência no processo.
Implicações e Desafios do Retorno do Seguro Obrigatório
O retorno do seguro obrigatório traz consigo várias questões a serem debatidas, como:
1. Aumento da Carga Tributária
Alguns estados temem que o SPVAT represente um peso adicional para os motoristas, especialmente em um cenário econômico difícil.
2. Eficiência na Gestão dos Recursos
A administração do seguro precisa ser eficiente para evitar problemas de gestão como os observados no DPVAT, onde houveram frequentes denúncias de falhas e fraudes.
3. Uniformidade Nacional
A divergência entre os estados pode criar um sistema fragmentado, no qual as vítimas de acidentes não têm a mesma cobertura em todas as regiões, o que pode afetar a eficácia do SPVAT.
Futuro do SPVAT e da Proteção às Vítimas de Trânsito
O retorno do SPVAT representa uma tentativa do governo federal de reforçar a proteção às vítimas de acidentes de trânsito. No entanto, a implementação efetiva do seguro dependerá da colaboração dos estados, e a adesão de todos é crucial para o sucesso do sistema.
Até o final de 2024, espera-se que mais estados se posicionem, o que poderá trazer maior clareza sobre a extensão e os benefícios do SPVAT. A participação de todos os estados é essencial para garantir um sistema eficaz de proteção social.
Considerações Finais
Com o retorno do SPVAT em 2025, o Brasil busca reverter os efeitos negativos da extinção do DPVAT, garantindo mais suporte para as vítimas de acidentes de trânsito e fortalecendo o SUS. No entanto, a implementação dependerá da adesão de todos os estados, o que pode gerar desafios e até desigualdades regionais no atendimento às vítimas. O futuro do SPVAT será decisivo para a proteção social no Brasil e exigirá uma gestão eficiente para ser bem-sucedido.
Imagem: Olesia Bekh / shutterstock.com