A pensão por morte, concedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é um dos principais benefícios voltados para a proteção financeira dos dependentes de um segurado falecido. Com o objetivo de garantir amparo à família, o benefício é essencial para aqueles que dependiam economicamente da pessoa que contribuiu com a Previdência Social.
No entanto, para que os dependentes possam acessar a pensão, é necessário atender a uma série de requisitos e formalidades. Neste artigo, vamos detalhar os critérios e os passos para solicitar a pensão por morte do INSS, além de abordar as mudanças recentes nas regras do benefício.
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O que é a pensão por morte?
A pensão por morte é um benefício previdenciário pago pelo INSS aos dependentes de um segurado que faleceu. Esse valor serve para substituir a renda que o falecido fornecia à família, garantindo estabilidade financeira aos dependentes. O benefício pode ser solicitado por cônjuges, filhos, pais ou outros parentes que comprovem dependência econômica.
O valor da pensão por morte varia de acordo com o tempo de contribuição do segurado, bem como o número de dependentes habilitados para receber o benefício. Desde a Reforma da Previdência, o cálculo do valor da pensão sofreu algumas alterações importantes, que explicaremos a seguir.
Quem tem direito à pensão por morte?
1. Comprovação do óbito
O primeiro passo para solicitar a pensão por morte é comprovar o falecimento do segurado. Esse processo é feito com a apresentação da certidão de óbito, um documento indispensável. Em casos de morte presumida, quando a pessoa está desaparecida e, após um período, é legalmente considerada morta, é necessária uma sentença judicial que ateste essa condição.
2. Qualidade de segurado
Para que os dependentes possam ter direito à pensão, o falecido precisa ter mantido a qualidade de segurado na data do óbito. Isso significa que o falecido estava contribuindo para o INSS no momento da morte ou estava dentro do chamado período de graça. O período de graça permite que o segurado mantenha sua qualidade mesmo sem contribuir por um certo tempo, que pode variar de 12 a 36 meses, dependendo da situação de desemprego e do tempo de contribuição anterior.
3. Qualidade de dependente
Outro critério fundamental é a qualidade de dependente. Os dependentes são divididos em três classes, conforme estabelecido pela legislação previdenciária:
- Classe 1: Cônjuges, companheiros (inclusive em união estável) e filhos menores de 21 anos ou inválidos. Para esse grupo, a dependência econômica é presumida, ou seja, não é necessário comprovar que dependiam financeiramente do segurado.
- Classe 2: Pais do segurado. Neste caso, é obrigatório comprovar dependência econômica para ter direito ao benefício.
- Classe 3: Irmãos menores de 21 anos ou inválidos, que também precisam comprovar dependência econômica.
Se houver dependentes na Classe 1, os das classes 2 e 3 não terão direito ao benefício.
Documentação necessária para solicitar a pensão por morte
Além de atender aos requisitos acima, os dependentes precisam reunir uma série de documentos para dar entrada no pedido de pensão por morte. A seguir, listamos os principais documentos exigidos:
- Certidão de óbito do segurado falecido;
- Documentos de identificação do requerente e do falecido (RG, CPF, certidão de casamento, entre outros);
- Comprovantes de dependência econômica, se aplicável (para pais ou irmãos);
- Documentos que comprovem a condição de segurado do falecido, como carteira de trabalho, guias de recolhimento ou certidão de tempo de contribuição;
- Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), em casos de morte por acidente de trabalho, o que pode influenciar no valor da pensão.
Como solicitar a pensão por morte do INSS?
O processo de solicitação da pensão por morte pode ser feito de duas formas:
1. Online, pelo Meu INSS
A maneira mais prática é realizar a solicitação através do site ou aplicativo Meu INSS. No sistema, o requerente deve preencher o formulário de solicitação e anexar todos os documentos digitalizados.
2. Presencialmente, em uma agência do INSS
Para quem prefere o atendimento presencial, é possível fazer a solicitação diretamente em uma agência do INSS, agendando previamente o atendimento. É importante comparecer com todos os documentos originais para evitar contratempos.
O INSS tem até 45 dias para analisar e dar uma resposta ao pedido. Se o benefício for negado, o dependente pode recorrer administrativamente ou entrar com uma ação judicial.
Valor da pensão por morte
O valor da pensão por morte foi alterado após a Reforma da Previdência de 2019. Antes, a pensão equivalia a 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou teria direito. Hoje, a regra é diferente: o cálculo começa com uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria, mais 10% por dependente. O valor final da pensão não pode ultrapassar 100% da aposentadoria do segurado.
Por exemplo, se um segurado teria direito a uma aposentadoria de R$ 3.000,00 e deixou um cônjuge e dois filhos, a pensão será dividida entre os três dependentes, com o cálculo partindo de 70% do valor da aposentadoria (50% da cota familiar mais 10% por dependente).
Valor integral para dependentes com deficiência
Em casos de dependentes com deficiência física ou mental, o valor da pensão pode ser calculado de forma diferente, garantindo a totalidade do benefício em algumas situações específicas.
Duração da pensão por morte
A duração do pagamento da pensão por morte varia conforme a idade e a condição dos dependentes:
- Cônjuges ou companheiros: A duração do benefício depende da idade do cônjuge sobrevivente e do tempo de contribuição do segurado. Cônjuges com menos de 45 anos recebem a pensão por um período determinado, enquanto os com mais de 45 anos têm direito à pensão vitalícia.
- Filhos: O benefício é pago até que o filho complete 21 anos, salvo casos de invalidez ou deficiência, onde a pensão pode ser vitalícia.
Mudanças com a Reforma da Previdência
A Reforma da Previdência de 2019 trouxe importantes mudanças na pensão por morte. Além da nova fórmula de cálculo, a reforma também alterou o tempo de duração do benefício para cônjuges jovens. Agora, cônjuges com menos de 45 anos só têm direito à pensão por períodos que variam de três a 20 anos, dependendo da idade.
Importância de assistência jurídica
Embora o pedido da pensão por morte possa ser feito diretamente pelo dependente, contar com o apoio de um advogado especializado em direito previdenciário pode ser fundamental. Isso é especialmente relevante em casos de negativa do benefício ou quando há necessidade de recorrer judicialmente.
Considerações finais
A pensão por morte é uma importante proteção oferecida pelo INSS, mas requer atenção aos detalhes para garantir a concessão correta. Seguir os requisitos, reunir a documentação adequada e estar atento às novas regras após a Reforma da Previdência são passos essenciais para o sucesso no pedido.
Se você se enquadra nos requisitos e deseja solicitar a pensão por morte, não deixe de fazer o pedido o quanto antes e, caso encontre dificuldades, busque orientação jurídica para garantir seus direitos.
Imagem: Ground Picture / Shutterstock.com