Como a qualidade do sono afeta a saúde vascular?
Um estudo recente, publicado pela Universidade de Galway, alerta sobre a associação direta entre a qualidade do sono e o aumento no risco de derrames. Segundo a pesquisa, comportamentos como roncar, dormir pouco e distúrbios como a apneia do sono podem triplicar as chances de problemas cerebrovasculares.
Christine McCarthy, a autora principal do estudo, aponta que mais de cinco problemas relacionados ao sono podem elevar o risco de derrame em até cinco vezes em comparação aos que têm sono de qualidade. A pesquisa vincula diretamente a má qualidade do sono a problemas graves como hipertensão e danos aos vasos sanguíneos, aumentando consideravelmente o risco de derrame.
Fatores que contribuem para o risco:
O estudo também identificou alguns fatores específicos relacionados à qualidade do sono que aumentavam ainda mais o risco de derrame:
- Apneia do sono: A apneia do sono, caracterizada por pausas na respiração durante o sono, foi o fator mais fortemente associado ao aumento do risco de derrame.
- Duração do sono curta: Dormir menos de seis horas por noite também foi um fator de risco significativo.
- Sono fragmentado: Acordar frequentemente durante a noite ou ter sono agitado também aumentou o risco de derrame.
Os pesquisadores acreditam que a má qualidade do sono pode aumentar o risco de derrame através de diversos mecanismos, incluindo:
- Hipertensão arterial: A privação do sono pode levar à elevação da pressão arterial, um fator de risco importante para derrame.
- Inflamação: A falta de sono pode aumentar a inflamação no corpo, o que pode danificar os vasos sanguíneos e aumentar o risco de coágulos sanguíneos.
- Alterações metabólicas: A privação do sono pode prejudicar o metabolismo da glicose e do colesterol, aumentando o risco de doenças cardíacas e derrame.
Qual o impacto dos distúrbios do sono no corpo humano?
Phyllis Zee, diretora do Centro de Medicina Circadiana e do Sono, explica que a qualidade ruim do sono afeta a capacidade do corpo de regular aspectos cruciais como metabolismo e pressão arterial. Além disso, apneia do sono e sono fragmentado estão diretamente ligados a um maior risco de derrame devido à alteração na regulação dos fatores de coagulação sanguínea.
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Por que o sono insuficiente é um perigo?
O estudo demonstrou que dormir menos de cinco horas por noite pode aumentar em três vezes as chances de sofrer um derrame, enquanto dormir mais de nove horas também pode ser prejudicial, dobrando essa possibilidade. Portanto, o equilíbrio na quantidade de sono é fundamental para a prevenção de derrames e outras condições cardiovasculares.
Além dos problemas já citados, comportamentos como cochilar por mais de uma hora durante o dia mostraram aumento significativo no risco de derrame, de acordo com a pesquisa.
Andrew Freeman, diretor de prevenção cardiovascular e bem-estar, recomenda a prática regular de hábitos saudáveis, como uma boa higiene do sono, exercícios físicos e uma dieta equilibrada. Manter cerca de sete a oito horas de sono contínuo por noite, regularidade nos horários de dormir e acordar, e exercícios durante o dia são práticas que contribuem significativamente para a saúde do sono e, consequentemente, diminuem o risco de derrame.
- Evite álcool e comida pesada antes de dormir: Estes podem causar desconfortos gástricos que perturbam o sono.
- Exercite-se regularmente: Preferencialmente no período da manhã para promover um sono de qualidade à noite.
- Consulte um especialista se necessário: Se sofrer de ronco, insônia ou excessiva sonolência diurna, buscar orientação médica pode ser crucial.
A pesquisa ressalta a importância de tratar o sono não apenas como um momento de descanso, mas como uma parte integrante e ativa da nossa saúde geral. Ao ajustar nossos hábitos de sono, podemos reduzir significativamente o risco de derrames e melhorar nossa qualidade de vida.
Imagem: Geridades