O que é Delirium e como ele se manifesta em idosos?
O delirium, conhecido também como estado confusional agudo, afeta aproximadamente 50% dos idosos hospitalizados. Mas você sabe exatamente o que é essa condição e como ela pode ser tratada? Esse artigo traz informações importantes para entender melhor o delirium entre os idosos, diferenciando-o de condições como demência e outros transtornos psiquiátricos.
O delirium é uma mudança repentina no comportamento, geralmente acompanhada por confusão e dificuldade de concentração. De acordo com Paulo Camiz, geriatra e professor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a condição pode surgir de maneira abrupta e é frequentemente temporária. Ele ressalta que a condição é mais comum em pessoas que já possuem demência, sendo desencadeada até por simples infecções, como as urinárias.
Delirium versus Demência: Você sabe diferenciar?
Enquanto a demência apresenta uma progressão lenta e é permanente, o delirium é caracterizado por ser um indicativo de emergência médica que requer atenção rápida.
- Quais são as causas do Delirium?
A condição pode ser provocada por diversos fatores, como reações a medicamentos, infecções, insuficiência renal ou hepática, uso prolongado de cateteres e até mesmo desidratação. A identificação precisa da causa é essencial para o tratamento correto, que deve ser personalizado de acordo com as condições de saúde de cada idoso.
Tipos de Delirium:
- Hipoativo: Caracterizado por apatia e lentidão, sendo mais difícil de identificar.
- Hiperativo: Onde o idoso demonstra estar inquieto e irritado, muitas vezes acompanhado de alucinações visuais.
- Misto: Combina sintomas dos tipos hipoativo e hiperativo, variando ao longo do dia.
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Como prevenir e tratar o Delirium?
As internações frequentemente exacerbam o delirium, portanto, medidas simples de prevenção são fundamentais. Gabriel Batistella, neurologista da Unifesp, sugere estratégias como manter o ambiente hospitalar familiar e tranquilo, reduzir ruídos e garantir a presença de itens pessoais e familiares. Atividades que estimulam a função cognitiva, como leitura e música, também são recomendadas.
Juliana Yokomizo, psicóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, destaca que o apoio familiar é crucial. Compreender o delirium permite que os familiares previnam e identifiquem a condição precocemente, alinhando as expectativas para o tratamento e ajudando a reduzir o estresse tanto para o paciente quanto para o cuidador.
Embora o tratamento para o delirium deva ser sempre personalizado, a informação é a chave tanto para a prevenção quanto para a gestão eficaz dessa condição. Entender seu impacto e as estratégias para lidar com ele pode fazer uma grande diferença no bem-estar dos idosos e de suas famílias.
Imagem: INBRAI